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【外部リンク】
Villa Celimontana
Jbribeiro1: /* Jardins */
'''''Villa Celimontana''''', conhecida antigamente como '''''Villa Mattei''''', é uma ''[[villa]]'' localizada no [[monte Célio]], no [[rione]] [[Celio (rione)|Celio]] de [[Roma]], conhecida por seus belos jardins, que cobrem a maior parte do vale entre ele e o [[Monte Aventino]]<ref name=IR></ref>.
== História ==
A entrada principal da ''villa'' fica perto da ''Piazza della Navicella'', ao lado da igreja de [[Santa Maria in Domnica]]''. Uma segunda entrada está no ''[[Clivo di Scauro]]'', perto da [[basílica menor|basílica]] de ''[[Santi Giovanni e Paolo]]''. O parque atual é uma continuação das [[Termas de Caracala]]<ref name=RS/>.
Segundo a tradição, [[Numa Pompílio]] encontrou a ninfa [[Egéria (mitologia)|Egéria]] no local e, no terreno da moderna ''villa'', à esquerda da presente entrada na ''Piazza della Navicella'', ficava a base da quinta [[coorte]] dos [[Vigiles]]. Os restos, da época de [[Trajano]], foram escavados em 1820, em 1931 e em 1958. Em meados do século XVI, o terreno estava ocupado por uma [[vinha]] da família Paluzzelli, perto de ''Santa Maria in Domnica''. Por determinação desta família, o terreno foi escavado e foram encontrados mármores coloridos, provavelmente de um [[templo romano]], depois reaproveitados por [[Antonio da Sangallo, o Jovem]] na [[Sala Régia (Vaticano)|Sala Régia]], no [[Palácio dos Museus Vaticanos]]<ref name=COA></ref><ref name=TOUR></ref>.
== ''Villa'' ==
Em 1553, a vinha foi adquirida por [[escudo italiano|escudos]] por [[Giacomo Mattei]] (o mesmo responsável pelo ''[[Palazzo Mattei di Giove]]'', na ''Piazza Mattei''), mas foi [[Ciriaco Mattei]] quem transformou-o numa ''villa'' em 1580, instruindo o arquiteto [[Giacomo del Duca]], um aluno de [[Michelangelo]], a construir o '''''Palazzetto Mattei''''' e o primeiro esquema paisagístico no jardim. Esta ''villa'' original foi muito adaptado, mas era provavelmente uma estrutura de apenas um andar com um [[pórtico]] na fachada encimado por um [[friso]] [[ordem dórica|dórico]] e uma [[balaustrada]], que sobreviveu. Atualmente, a estrutura tem uma planta quadrangular com duas alas baixas e um pátio construído sobre uma plataforma artificial assentada sobre largos muros antigos (grande parte da [[dinastia flaviana]], ainda vísiveis do lado sul)<ref name=RAL></ref><ref name=RS></ref>.
A Coleção Mattei começou a ser dispersada em 1770 com a venda de dez estátuas para o [[Vaticano]], incluindo a "Amazona", "[[Puditicia]]" e "Trajano Sentado", todas no [[Louvre]] atualmente, e em 1802, com a venda de um busto de [[Augusto]], ainda hoje nos [[Museus Vaticanos]]. A ''villa'', porém, permaneceu nas mãos da [[família Mattei]] até ser vendida em 1802. Depois, a propriedade trocou de mãos rapidamente — em 1813, ela foi adquirida pelo príncipe [[Manuel de Godoy]], príncipe de La Paz e ministro de [[Carlos IV da Espanha]]. Em seguida, ela foi adquirida pela princesa [[Marianne dos Países Baixos]], filha do rei [[Guilherme I da Holanda|Guilherme I]], e depois por Federica, princesa da [[Reino da Prússia|Prússia]] ede [[Bauffremont]], em 1857 e, finalmente, pelo barão [[Baviera|bávaro]] Richard Hoffman em 1869. Na [[Primeira Guerra Mundial]], o [[Reino da Itália (1861-1946)|estado italiano]] confiscou a ''villa'' por ela ser propriedade de um cidadão de nacionalidade inimiga e, em 1923, as esculturas mais importantes nos jardins foram levadas para o [[Museu Nacional Romano]]. In 1926, a ''villa'' foi cedida aos proprietários atuais, a ''[[Società Geografica Italiana]]''<ref name=RS/>.
== Jardins ==
Nos jardins da ''vila'' estavam expostas diversas peças da Coleção Mattei. Em 1552, [[São Filipe Néri]] instituiu a cerimônia da "Visita às [[Sete igrejas de peregrinação|Sete Igrejas]]"([[Basílica de São Pedro|São Pedro]], ''[[San Giovanni in Laterano]]'', ''[[Santa Maria Maggiore]]'', ''[[San Paolo fuori le Mura]]'', ''[[San Lorenzo fuori le Mura]]'', ''[[San Sebastiano all'Appia Antica]]'' e ''[[Santa Croce in Gerusalemme]]'') e família Mattei abriu seu jardim para que os [[peregrino]]s descansassem, provendo-os com pão, vinho, queijo, ovos, maçãs e [[salame]]<ref name=RAL/>. Os jardins foram depois alterados por [[Giovanni Fontana (dominicano)|Giovanni Fontana]] e [[Domenico Fontana]], num esquema que incluía um [[obelisco]]. Os jardins eram famosos também por suas fontes, criadas por [[Bernini]] para [[Girolamo Mattei]] — incluindo a ''Fontana dell'Aquila (uma referência à águia, símbolo [[heráldica|heráldico]] dos Mattei) e a ''Fontana del Tritone'', ambas agora localizadas na ''Piazza di Santi Giovanni e Paolo''<ref name=RS/><ref></ref>.
Escavações no local em 1889 trouxeram à luz a [[Basílica Hilariana]], construída por [[Mânio Publício Hilário]], e seus [[mosaico]]s únicos<ref name=COA/>.
Em 1926, os jardins da ''villa'' foram entregues pelo estado à [[Comuna de Roma]] para criar um parque público. Sua entrada principal, em [[silhar]]es [[rusticação|rusticados]] e projetada no início do século XVII por [[Carlo Lombardi]], era antigamente a entrada principal da ''[[Villa Giustiniani]]'' e foi movida para lá em 1931<ref name=IR/><ref name=RAL1></ref><ref name=RS/>.
=== Obelisco da ''Villa Celimontanta'' ===
O obelisco que hoje decora os jardins, conhecido como '''Obelisco da Villa Celimontana''', é um de pequeno porte presenteado aos Mattei em 1582. Sua parte inferior é uma agregação de diversos outros obeliscos de origem desconhecida, mas a superior, com 2,68 metros, apresenta [[hieróglifo]]s de [[Ramsés II]], revelando sua origem no [[Templo do Sol (Heliópolis)|Templo do Sol]] em [[Heliópolis (Egito Antigo)|Heliópolis]]. Ele foi levado para Roma juntamente com o [[Obelisco Minerveo]] (''Piazza della Minerva'') e o [[Obelisco Dogali]] (nas [[Termas de Diocleciano]]) ainda na [[Antiguidade]] para decorar o [[Iseu (Roma)|Iseu]], que ficava nas imediações da moderna ''Via di Pie' di Marmo''. No século XIV, ele foi colocado no sopé do [[Capitólio (Roma)|Capitólio]] — conta a lenda que o globo em sua ponta abrigava as cinzas de [[Augusto]] e que ele teria sido colocado ali pelo rebelde [[Cola di Rienzo]] como símbolo da liberdade de Roma<ref name=IR1></ref><ref name=RAL/><ref name=RS/>.
Ele foi presenteado a Ciriaco Mattei em 1582 pelo [[Senado de Roma]] e levado para o parquem 1587 para ser a peça central do teatro da ''villa''. Manuel de Godoy determinou que ele fosse movido para sua posição atual, no final da rota central de acesso, pelo arquiteto espanhol [[Antonio Celles]] em 1817. Foi nesta ocasião que ele foi colocado em sua atual base do século XVI, com quatro leões. Durantes as obras, um suporte se quebrou e um operário teve sua mão e parte de seu braço preso sob o obelisco (ainda estão lá) e só foi removido depois uma amputação de emergência<ref name=IR1/><ref name=RAL/><ref name=RS/>.
[[Categoria:Villas de Roma|Celimontana]]
[[Categoria:1580]]
[[Categoria:Mattei]]
== História ==
A entrada principal da ''villa'' fica perto da ''Piazza della Navicella'', ao lado da igreja de [[Santa Maria in Domnica]]''. Uma segunda entrada está no ''[[Clivo di Scauro]]'', perto da [[basílica menor|basílica]] de ''[[Santi Giovanni e Paolo]]''. O parque atual é uma continuação das [[Termas de Caracala]]<ref name=RS/>.
Segundo a tradição, [[Numa Pompílio]] encontrou a ninfa [[Egéria (mitologia)|Egéria]] no local e, no terreno da moderna ''villa'', à esquerda da presente entrada na ''Piazza della Navicella'', ficava a base da quinta [[coorte]] dos [[Vigiles]]. Os restos, da época de [[Trajano]], foram escavados em 1820, em 1931 e em 1958. Em meados do século XVI, o terreno estava ocupado por uma [[vinha]] da família Paluzzelli, perto de ''Santa Maria in Domnica''. Por determinação desta família, o terreno foi escavado e foram encontrados mármores coloridos, provavelmente de um [[templo romano]], depois reaproveitados por [[Antonio da Sangallo, o Jovem]] na [[Sala Régia (Vaticano)|Sala Régia]], no [[Palácio dos Museus Vaticanos]]<ref name=COA></ref><ref name=TOUR></ref>.
== ''Villa'' ==
Em 1553, a vinha foi adquirida por [[escudo italiano|escudos]] por [[Giacomo Mattei]] (o mesmo responsável pelo ''[[Palazzo Mattei di Giove]]'', na ''Piazza Mattei''), mas foi [[Ciriaco Mattei]] quem transformou-o numa ''villa'' em 1580, instruindo o arquiteto [[Giacomo del Duca]], um aluno de [[Michelangelo]], a construir o '''''Palazzetto Mattei''''' e o primeiro esquema paisagístico no jardim. Esta ''villa'' original foi muito adaptado, mas era provavelmente uma estrutura de apenas um andar com um [[pórtico]] na fachada encimado por um [[friso]] [[ordem dórica|dórico]] e uma [[balaustrada]], que sobreviveu. Atualmente, a estrutura tem uma planta quadrangular com duas alas baixas e um pátio construído sobre uma plataforma artificial assentada sobre largos muros antigos (grande parte da [[dinastia flaviana]], ainda vísiveis do lado sul)<ref name=RAL></ref><ref name=RS></ref>.
A Coleção Mattei começou a ser dispersada em 1770 com a venda de dez estátuas para o [[Vaticano]], incluindo a "Amazona", "[[Puditicia]]" e "Trajano Sentado", todas no [[Louvre]] atualmente, e em 1802, com a venda de um busto de [[Augusto]], ainda hoje nos [[Museus Vaticanos]]. A ''villa'', porém, permaneceu nas mãos da [[família Mattei]] até ser vendida em 1802. Depois, a propriedade trocou de mãos rapidamente — em 1813, ela foi adquirida pelo príncipe [[Manuel de Godoy]], príncipe de La Paz e ministro de [[Carlos IV da Espanha]]. Em seguida, ela foi adquirida pela princesa [[Marianne dos Países Baixos]], filha do rei [[Guilherme I da Holanda|Guilherme I]], e depois por Federica, princesa da [[Reino da Prússia|Prússia]] ede [[Bauffremont]], em 1857 e, finalmente, pelo barão [[Baviera|bávaro]] Richard Hoffman em 1869. Na [[Primeira Guerra Mundial]], o [[Reino da Itália (1861-1946)|estado italiano]] confiscou a ''villa'' por ela ser propriedade de um cidadão de nacionalidade inimiga e, em 1923, as esculturas mais importantes nos jardins foram levadas para o [[Museu Nacional Romano]]. In 1926, a ''villa'' foi cedida aos proprietários atuais, a ''[[Società Geografica Italiana]]''<ref name=RS/>.
== Jardins ==
Nos jardins da ''vila'' estavam expostas diversas peças da Coleção Mattei. Em 1552, [[São Filipe Néri]] instituiu a cerimônia da "Visita às [[Sete igrejas de peregrinação|Sete Igrejas]]"([[Basílica de São Pedro|São Pedro]], ''[[San Giovanni in Laterano]]'', ''[[Santa Maria Maggiore]]'', ''[[San Paolo fuori le Mura]]'', ''[[San Lorenzo fuori le Mura]]'', ''[[San Sebastiano all'Appia Antica]]'' e ''[[Santa Croce in Gerusalemme]]'') e família Mattei abriu seu jardim para que os [[peregrino]]s descansassem, provendo-os com pão, vinho, queijo, ovos, maçãs e [[salame]]<ref name=RAL/>. Os jardins foram depois alterados por [[Giovanni Fontana (dominicano)|Giovanni Fontana]] e [[Domenico Fontana]], num esquema que incluía um [[obelisco]]. Os jardins eram famosos também por suas fontes, criadas por [[Bernini]] para [[Girolamo Mattei]] — incluindo a ''Fontana dell'Aquila (uma referência à águia, símbolo [[heráldica|heráldico]] dos Mattei) e a ''Fontana del Tritone'', ambas agora localizadas na ''Piazza di Santi Giovanni e Paolo''<ref name=RS/><ref></ref>.
Escavações no local em 1889 trouxeram à luz a [[Basílica Hilariana]], construída por [[Mânio Publício Hilário]], e seus [[mosaico]]s únicos<ref name=COA/>.
Em 1926, os jardins da ''villa'' foram entregues pelo estado à [[Comuna de Roma]] para criar um parque público. Sua entrada principal, em [[silhar]]es [[rusticação|rusticados]] e projetada no início do século XVII por [[Carlo Lombardi]], era antigamente a entrada principal da ''[[Villa Giustiniani]]'' e foi movida para lá em 1931<ref name=IR/><ref name=RAL1></ref><ref name=RS/>.
=== Obelisco da ''Villa Celimontanta'' ===
O obelisco que hoje decora os jardins, conhecido como '''Obelisco da Villa Celimontana''', é um de pequeno porte presenteado aos Mattei em 1582. Sua parte inferior é uma agregação de diversos outros obeliscos de origem desconhecida, mas a superior, com 2,68 metros, apresenta [[hieróglifo]]s de [[Ramsés II]], revelando sua origem no [[Templo do Sol (Heliópolis)|Templo do Sol]] em [[Heliópolis (Egito Antigo)|Heliópolis]]. Ele foi levado para Roma juntamente com o [[Obelisco Minerveo]] (''Piazza della Minerva'') e o [[Obelisco Dogali]] (nas [[Termas de Diocleciano]]) ainda na [[Antiguidade]] para decorar o [[Iseu (Roma)|Iseu]], que ficava nas imediações da moderna ''Via di Pie' di Marmo''. No século XIV, ele foi colocado no sopé do [[Capitólio (Roma)|Capitólio]] — conta a lenda que o globo em sua ponta abrigava as cinzas de [[Augusto]] e que ele teria sido colocado ali pelo rebelde [[Cola di Rienzo]] como símbolo da liberdade de Roma<ref name=IR1></ref><ref name=RAL/><ref name=RS/>.
Ele foi presenteado a Ciriaco Mattei em 1582 pelo [[Senado de Roma]] e levado para o parquem 1587 para ser a peça central do teatro da ''villa''. Manuel de Godoy determinou que ele fosse movido para sua posição atual, no final da rota central de acesso, pelo arquiteto espanhol [[Antonio Celles]] em 1817. Foi nesta ocasião que ele foi colocado em sua atual base do século XVI, com quatro leões. Durantes as obras, um suporte se quebrou e um operário teve sua mão e parte de seu braço preso sob o obelisco (ainda estão lá) e só foi removido depois uma amputação de emergência<ref name=IR1/><ref name=RAL/><ref name=RS/>.
[[Categoria:Villas de Roma|Celimontana]]
[[Categoria:1580]]
[[Categoria:Mattei]]
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