2020年5月6日水曜日

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Cristo no Monte das Oliveiras


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[[File:Beethoven Heiligenstaedter Testament.jpg|thumb|O Testamento de Heilingenstadt.]]
'''''Cristo no Monte das Oliveiras''''' (no original em alemão, '''''Christus am Ölberge'''''), ''[[opus]]'' 85, é um [[oratório]] composto por [[Ludwig van Beethoven]] para solistas vocais, coro e orquestra.

A composição iniciou em novembro de 1802 e terminou na primavera de 1803. Seu [[libreto]], elaborado pelo poeta [[Franz Xaver Huber]], narra as angústias de [[Jesus]] no [[Jardim das Oliveiras]] antes da sua prisão e [[crucificação]].<ref name="Jander"/> Foi estreado no [[Theater an der Wien]] em 5 de abril de 1803 e revisado para uma segunda apresentação em 27 de março de 1804.<ref>Albrecht, Theodore. ''Letters to Beethoven and Other Correspondence: 1824-1828''. University of Nebraska Press, 1996, p. 177</ref> Uma segunda revisão ocorreu para publicação da obra pela editora [[Breitkopf & Härtel]] em 1811.<ref>Forbes, Elliot. ''Thayer's Life of Beethoven''. Princeton University Press, 1967, p. 521</ref>

Desde o século XIX a obra tem sido associada ao chamado [[Testamento de Heilingenstadt]], uma carta datada de 6 de outubro de 1802 e endereçada aos seus irmãos [[Kaspar Anton Carl van Beethoven|Kaspar]] e [[Nicolaus Johann van Beethoven|Nicolaus]], onde o artista, aflito com a progressão da sua surdez, manifesta ter tido intenção de por um fim à própria vida, mas acaba por decidir enfrentar o desafio e superá-lo através da arte, cumprindo o seu destino.<ref name="Jander">Jander, Owen. "Echoes of the Heiligenstadt testament in Christ on the Mount of Olives". In: ''The Beethoven Journal'', 2007; 22-23: 17-18</ref> O tema do oratório parece ter sido escolhido pela identificação de Beethoven com o [[Cristo]] sofredor. Barry Cooper disse que o oratório "é altamente significativo em termos de desenvolvimento espiritual, pois ele corporifica muitas das mesmas emoções de terror, isolamento, luta, medo da morte, amor pela humanidade, desejo de bondade e triunfo final que já eram aparentes em suas cartas para Wegler e Amenda e no Testamento de Heilingenstadt. <ref name="Cooper"/>

Segundo [[Maynard Solomon]], o oratório se insere em uma sequência de composições cujo tema central é a morte de um herói, um componente importante no vocabulário musical do artista e muito presente na música associadas à [[Revolução Francesa]]. Este ciclo temático inclui a ''Cantata para a morte do imperador José II''; um movimento da sonata para piano op. 26 intitulado "Marcha funeral sobre a morte de um herói"; a [[Sinfonia n.º 3 (Beethoven)|sinfonia nº 3 ''Heroica'']], composta "para celebrar a memória de um grande homem", a ópera ''[[Fidelio]]'' e a música de cena para a tragédia ''[[Egmont]]'' de [[Goethe]]. O tema da morte aparece em vários outros trabalhos.<ref>Solomon, Maynard. ''Beethoven''. Schirmer, 2012</ref>

A recepção inicial foi mista. Uma resenha no ''Zeitung für die Elegante Welt'' apreciou o geral da composição e elogiou algumas passagens chamando-as de "admiráveis", especialmente a [[ária]] do Serafim, que produzia "excelente efeito", mas outra resenha na ''Freymüthige Blätter'' considerou-o artificial e carente de expressividade.<ref>Forbes, p. 330</ref> O próprio autor, anos depois de compô-lo, parecia sentir-se embaraçado com ele, e precisou defendê-lo ao propô-lo para a publicação em 1811 desculpando-se pela sua juventude e pela pressa com que foi escrito, dizendo que se fosse escrever outro o faria de madeira muito diferente. Beethoven, com efeito, tinha pouca experiência com peças vocais de amplas proporções.<ref name="Lockwood"/> Segundo o relato de seu amigo e biógrafo [[Anton Felix Schindler]], muitos anos depois Beethoven ainda se culparia por ter tratado o Cristo com excessiva teatralidade.<ref>"Beethoven's 'Engedi' and Mendelssohn's 'Lobgesang', performed 6th March". ''Morning Chronicle'', 09/03/1844</ref> Mas audições seguintes tiveram boa receptividade. Uma apresentação em Milão em 1824 desencadeou "grande sensação", segundo notícia no jornal londrino ''The Harmonicon'',<ref>"Review of Music: Milan". ''The Harmonicon'', nov/1824</ref> e na década de 1840 nos Estados Unidos foi chamado de "sublime",<ref>"Moscheles' Life of Beethoven". In: ''North American Review'', 1841 (CXIII)</ref> e peça de "alta inspiração".<ref>"Biography. Beethoven". In: ''The Musical Magazine'', 10/10/1840</ref>

O oratório nunca se tornou realmente popular e ainda desencadeia reações divergentes. Para alguns críticos seu nível estético não se compara ao das suas composições mais famosas. Lewis Lockwood, por exemplo, considera-o em geral competente mas um tanto convencional e pouco imaginativo.<ref name="Lockwood">Lockwood, Lewis. ''Beethoven: The Music and the Life''. pp. 269-270 </ref> Para Jan Caeyers, o sucesso relativamente pequeno do oratório em seu tempo se deve em parte a uma ausência de grandes modelos formais em sua geração em que Beethoven pudesse se inspirar para desenvolver o tema, e também ao tratamento operístico de alguns trechos, considerados indecorosos por parte do público, mas que hoje contribuem para aumentar seu interesse.<ref>Caeyers, Jan. ''Beethoven – Der einsame Revolutionär''. Beck, 2013, pp. 309–313</ref> Na leitura de Cooper, essa mesma ausência de modelos empresta à obra um especial relevo como uma composição profundamente inovadora, movendo-se muito para além do legado deixado por [[Haydn]] e [[Mozart]], além de ser significativa também pelas associações com seu drama pessoal e por oferecer um testemunho importante de um processo de mudança de rumos em seu estilo compositivo e em suas aspirações artísticas.<ref name="Cooper">Cooper, Barry. ''Beethoven''. Oxford University Press, 2000, pp. 131-132 </ref> Segundo Calvin Stapert o oratório tem sido considerado um retrato da [[Paixão de Cristo]] muito mais humano que aquele pintado em outras paixões, como as de [[Bach]].<ref>Stapert, Calvin. "Images of Christ in Post-Enlightenment Oratorios". In: ''The Oxford Handbook of Christology''. Oxford University Press, 2015, p. 465</ref>



[[Categoria:Composições de Ludwig van Beethoven]]
[[Categoria:Oratórios]]

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