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José de Noronha Nápoles Massa
Tetraktys: nova página: '''José de Noronha Nápoles Massa''' (Itaparica, 1822 — Itaqui, 14 de novembro de 1890) foi um religioso, professor e literato brasileiro. Filho de José Pereira Rabelo...
'''José de Noronha Nápoles Massa''' ([[Itaparica]], 1822 — [[Itaqui]], 14 de novembro de 1890) foi um religioso, professor e literato brasileiro.
Filho de José Pereira Rabelo e Maria Rosa Nápoles Massa, estudou no Seminário da Bahia e ordenou-se padre em 30 de novembro de 1845, sendo nomeado coadjutor da paróquia de São Pedro o Velho. Em 1848 foi designado capelão do 8º Batalhão de Caçadores, transferindo-se para o Rio Grande do Sul. Lá foi pároco colado em Piratini de 1849 a 1855, e depois pároco de Cruz Alta de 1855 a 1864, onde fundou uma escola primária. Em 1863 foi transferido para Porto Alegre, sendo nomeado [[cônego]] da Matriz e professor do Seminário Episcopal.<ref name="Rubert">Rubert, Arlindo. ''História da igreja no Rio Grande do Sul'', volume 2. pp. 56; 103-110</ref>
Entrando em conflito com o bispo, foi suspenso das ordens, ofícios e benefícios, renunciou ao canonicato, e então empregou-se em uma tipografia e fundou um colégio com internato e externato. Em 1873 foi absolvido pelo bispo e reintegrado em suas ordens, sendo indicado pároco de São Patrício em Itaqui, onde permaneceu até sua morte.<ref name="Rubert"/>
Foi deputado na Assembleia Provincial, defendendo os interesses da Igreja Católica, membro do [[Partenon Literário]],<ref name="Rubert"/> e membro correspondente do [[Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul]].<ref name="Boeira">Boeira, Luciana Fernandes. [https://ift.tt/2B8l03X ''Entre história e literatura: a formação do panteão rio-grandense e os primórdios da escrita da história do Rio Grande do Sul no século XIX'']. Mestrado.Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009, p. 62</ref> Foi colaborador da revista literária [[Murmúrios do Guaíba]],<ref name="Boeira"/> escreveu o ensaio biográfico ''O coronel Antônio de Melo e Albuquerque'', do qual sobrevive apenas um fragmento,<ref>Boeira, p. 170</ref> e uma alentada ''Gramática analítica da língua portuguesa'' (1868, publicada em 1888), que mais do que uma gramática é um valioso testemunho sobre a evolução da língua e um documento de inspiração filosófica e social, onde, segundo Fávero & Molina,
::"Expressa sua religiosidade e apego à pátria, naquela instância de valorização do que era nacional. Valores morais também foram divulgados aos discípulos por meio de exemplos e sua teoria gramatical, apoiada de fato nos estudiosos que constituíam o imaginário coletivo da época: Grivet, Soares Barbosa e Constâncio, principalmente. [...] Ousamos agora discordar daqueles que julgam a obra menor e de segunda mão. Apesar de inspirado em muitos autores, o religioso tem opinião própria, apropria-se ou não de estudiosos com os quais bem aprendeu os meandros da língua portuguesa e inova, com uma sensibilidade para os fatos linguísticos raramente encontrada na época. [...] Introduzir o Padre Massa em nossos estudos gramaticais é, portanto, o melhor para entender aquela época, preenchendo uma importante lacuna".<ref>Fávero, Leonor Lopes & Molina, Márcia A. G. "Gramática Analítica da Língua Portuguesa (Padre Massa)". In: ''Confluência'', 2011; (39/40): 29-47</ref>
Ganhou reputação no mundo literário da província,<ref>Boeira, p. 115</ref> e foi descrito por Arlindo Rubert como "sacerdote inteligente", "orador empolgante e brilhante latinista", "notável educador e escritor", "sacerdote de muitas qualidades e ciência avantajada. Dirigiu bem o seu rebanho até ser assassinado a 14 de novembro de 1890".<ref name="Rubert"/>
[[Categoria:Professores do Rio Grande do Sul]]
[[Categoria:Deputados provinciais do Rio Grande do Sul]]
[[Categoria:Cônegos]]
[[Categoria:Padres do Rio Grande do Sul]]
[[Categoria:Sociedade Partenon Literário]]
[[Categoria:Naturais de Itaparica]]
[[Categoria:Nascidos em 1822]]
[[Categoria:Mortos em 1890]]
Filho de José Pereira Rabelo e Maria Rosa Nápoles Massa, estudou no Seminário da Bahia e ordenou-se padre em 30 de novembro de 1845, sendo nomeado coadjutor da paróquia de São Pedro o Velho. Em 1848 foi designado capelão do 8º Batalhão de Caçadores, transferindo-se para o Rio Grande do Sul. Lá foi pároco colado em Piratini de 1849 a 1855, e depois pároco de Cruz Alta de 1855 a 1864, onde fundou uma escola primária. Em 1863 foi transferido para Porto Alegre, sendo nomeado [[cônego]] da Matriz e professor do Seminário Episcopal.<ref name="Rubert">Rubert, Arlindo. ''História da igreja no Rio Grande do Sul'', volume 2. pp. 56; 103-110</ref>
Entrando em conflito com o bispo, foi suspenso das ordens, ofícios e benefícios, renunciou ao canonicato, e então empregou-se em uma tipografia e fundou um colégio com internato e externato. Em 1873 foi absolvido pelo bispo e reintegrado em suas ordens, sendo indicado pároco de São Patrício em Itaqui, onde permaneceu até sua morte.<ref name="Rubert"/>
Foi deputado na Assembleia Provincial, defendendo os interesses da Igreja Católica, membro do [[Partenon Literário]],<ref name="Rubert"/> e membro correspondente do [[Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul]].<ref name="Boeira">Boeira, Luciana Fernandes. [https://ift.tt/2B8l03X ''Entre história e literatura: a formação do panteão rio-grandense e os primórdios da escrita da história do Rio Grande do Sul no século XIX'']. Mestrado.Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009, p. 62</ref> Foi colaborador da revista literária [[Murmúrios do Guaíba]],<ref name="Boeira"/> escreveu o ensaio biográfico ''O coronel Antônio de Melo e Albuquerque'', do qual sobrevive apenas um fragmento,<ref>Boeira, p. 170</ref> e uma alentada ''Gramática analítica da língua portuguesa'' (1868, publicada em 1888), que mais do que uma gramática é um valioso testemunho sobre a evolução da língua e um documento de inspiração filosófica e social, onde, segundo Fávero & Molina,
::"Expressa sua religiosidade e apego à pátria, naquela instância de valorização do que era nacional. Valores morais também foram divulgados aos discípulos por meio de exemplos e sua teoria gramatical, apoiada de fato nos estudiosos que constituíam o imaginário coletivo da época: Grivet, Soares Barbosa e Constâncio, principalmente. [...] Ousamos agora discordar daqueles que julgam a obra menor e de segunda mão. Apesar de inspirado em muitos autores, o religioso tem opinião própria, apropria-se ou não de estudiosos com os quais bem aprendeu os meandros da língua portuguesa e inova, com uma sensibilidade para os fatos linguísticos raramente encontrada na época. [...] Introduzir o Padre Massa em nossos estudos gramaticais é, portanto, o melhor para entender aquela época, preenchendo uma importante lacuna".<ref>Fávero, Leonor Lopes & Molina, Márcia A. G. "Gramática Analítica da Língua Portuguesa (Padre Massa)". In: ''Confluência'', 2011; (39/40): 29-47</ref>
Ganhou reputação no mundo literário da província,<ref>Boeira, p. 115</ref> e foi descrito por Arlindo Rubert como "sacerdote inteligente", "orador empolgante e brilhante latinista", "notável educador e escritor", "sacerdote de muitas qualidades e ciência avantajada. Dirigiu bem o seu rebanho até ser assassinado a 14 de novembro de 1890".<ref name="Rubert"/>
[[Categoria:Professores do Rio Grande do Sul]]
[[Categoria:Deputados provinciais do Rio Grande do Sul]]
[[Categoria:Cônegos]]
[[Categoria:Padres do Rio Grande do Sul]]
[[Categoria:Sociedade Partenon Literário]]
[[Categoria:Naturais de Itaparica]]
[[Categoria:Nascidos em 1822]]
[[Categoria:Mortos em 1890]]
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